sexta-feira, 27 de março de 2009

Manual (IV) Começar a mudar as mentalidades

Ao colocar alguns dos últimos "posts" escritos verifiquei que a origem de alguns dos comentários inconvenientes está no modelo de família que existe na cabeça de alguns. As pessoas nascem no seio de uma família, crescem, e um dia iniciam novamente o ciclo acasalando e formando o seu próprio núcleo onde vão nascer novamente seres e dessa forma vão iniciar novamente o ciclo.

Há 40 ou 50 anos atrás era assim ou a excentricidade. Onde os casais sem filhos acabavam por adoptar de uma forma mais ou menos formal crianças. A estrutura social não permitia grandes excepções a este modelo, a não ser em casos considerados limite, excêntricos.

Não passaram tantos anos assim desde que os homens e principalmente as mulheres pudessem ser (verdadeiramente) donos das suas vidas. Fugir à regra da família de origem, e escolher a sua profissão (ou ter uma profissão, casar (ou não) com quem lhes apetece, viver onde querem, escolher a sua religião ou pura e simplesmente renunciarem a uma prática religiosa, são direitos que hoje são adquiridos por todos, mas que, há poucos anos atrás davam direito a um corte de relações com a família.

Pessoas criadas com estes valores, quando confrontadas com a nova realidade não tiveram outro remédio se não entender a nova realidade em seu redor. É a capacidade de compreender a mudança que ocorre na forma de viver das novas gerações, ou melhor as formas de perceber essa mudança que estão na origem das "inconveniências" de que falamos. Neste sentido, na maior parte das vezes trata-se mais de incompreensão.

Quando as pessoas, para além das questões de trato nos dizem alguma coisa, pelos afectos que nos dedicam, pelos valores que nos transmitem, ou pela importância que teem na nossa vida; talvez valha a pena gastar algum tempo a explicar os nossos sentimentos. Quando não, ou quando a capacidade de entender o mundo para além do seu próprio umbigo é igual a zero, das duas uma ou se ignora antes (de falar) ou depois (de ouvir).

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