quarta-feira, 4 de março de 2009

Manual como lidar com inconveniências (I)

Um dos primeiros probelmas com que tem que se lidar quando o problema é infertilidade, é o comentáriosinho de quem tem pouco de interessante na sua vida e interessa-se pelo que se passa na vida dos outros, o típico "então os meninos, quando é que se decidem?" ou numa versão mais hard "quando é que deixam a boa vida e resolvem pensar em filhos?"!

É sempre mais fácil julgar que compreender, como se vê até pelos comentários. A questão será como sair airosamente da questão.

O importante é dar uma resposta que revele apenas o que pretendemos revelar, ou seja ninguém tem nada que saber da nossa vida aquilo que não queremos que se saiba. Podemos optar mesmo pelo "Acha que o assunto lhe diz respeito?" ou em alternativa mais polidinha: "Não lhe parece que se trata de um assunto de tal forma íntimo, que se deve resolver apenas entre duas pessoas?". Com o tom de voz suave e o olhar de frente olhos nos olhos tem um efeito radical.

No entanto há pessoas que não entendem, e voltam 2.ª, 3.ª, 4ªvez ao mesmo assunto. Para essas temos as medidas têm que ser mais radicais, e o " fique descansado/a que não é por problemas de impotência ou frigidez", sobretudo ser for na presença de mais alguém tem um efeito garantido.

Entre amigos, que tentam abordar a questão, há sempre o "na vida nem sempre se pode ter tudo, ao mesmo tempo".

Com a mãe e com a sogra, o melhor é lidar cada um com a sua mãe. A conversa às vezes descamba e filho é filho, nora é nora...

Para a questão do "Quero um neto", parece-me que qualquer coisa do tipo, "eu gostava de uma mãe paciente e respeitadora da intimidade dos filhos" é uma boa alternativa ao " já pensaste que tens (pelo menos um filho) e que nós nem isso? Não achas que a nossa necessidade de um filho pode ser muito maior do que a tua de um neto?", ou se a coisa se torna insustentável "com essa insistencia ainda te chateias com um filho, para ficares com a esperança de teres um neto". Fazer humor com a situação, é uma alternativa "se partirmos do princípio que "água mole em pedra dura ...", estamos aqui a perder muito tempo, o melhor é ir andando para continuar a insistir".

Sobretudo quando as relações familiares são próximas, é complicado tomar medidas muito drásticas, pois quem acaba por sofrer com as consequências é quem está ao nosso lado, seja de uma maneira ou de outra. Contudo o melhor é não deixar avolumar as situações e resolver o problema no início, para ficarem menos marcas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Encontrei este blog por acaso, e gostei do que li. Tal como em tudo na vida, devemos seguir a linha que traçámos, e ir resolvendo as inconveniências uma a uma...
Força e um beijinho.

Tita
(Coimbra)